O meu maior temor se confirma hoje, o governo brasileiro
responsável pelas negociações na Rio +20, apresenta um novo documento para ser apreciado
pelos Lideres Mundiais que chegarão ao Rio nesta quarta Feira dia 20 de junho de
2012, para o que seria a fase mais importante da Conferência da ONU para o
Desenvolvimento Sustentável (RIO+20), o governo brasileiro tira os pontos mais polêmicos
do documento oficial da conferencia
intitulado Zero Draft que já reunia várias
criticas com relação ao seu conteúdo, pois faltavam vários pontos essências
para a visão da Sustentabilidade que não estava contemplada no documento
apresentado pela comissão organizadora do evento. Apresentou um novo documento
que foi consenso entre todos, em seis capítulos e 283 itens (o anterior tinha
quatro a mais).
O Brasil comemora, ao noticiar se hoje nos principais
jornais do país as seguintes máterias “Países
concordam sobre o rascunho da RIO + 20” , “ Brasil comemora Acordo mesmo antes da chegados dos lideres”, “Países aprovam rascunho da Rio +20”, “Dilma
afirma que novo documento é uma vitória”.
De um total de 193 delegações, apenas os representantes dos
países desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos e pela União Europeia,
resistiam a fechar o rascunho em nível técnico. Os europeus insistiam em levar
a discussão para os ministros de Estado.
Os capítulos mais relevantes são os que tratam de
financiamentos e meios de implementação relacionados às metas e compromissos
que devem ser cumpridos.
Foram excluídos os detalhes sobre repasses financeiros, a
imposição de cifras, a criação do fundo para o desenvolvimento sustentável,
especificações sobre economia verde e transferência de tecnologia limpa.
Assim como as conferencias anteriores (Cop´s) demonstraram
sua ineficiência na elaboração de um documento ousado e capaz de enfrentar os
desafios que o século XXI, através justamente das atividades comerciais predatórias,
do consumo irresponsável que levaram ao atual colapso ambiental, social e econômico
que nos encontramos são os que mais resistem a qualquer acordo internacional.
Vamos adiar mais 20 anos a possibilidade de poder debater uma
nova forma de desenvolvimento para nossa sociedade e quem sabe na RIO + 40 poderemos adiar mais uns vinte
anos para poder chegar a conclusão que agora pode ser tarde demais.
Nosso maior medo seria o fracasso desta conferência para com
o Planeta, por mais que o documento final apresente alguma evolução mínima em alguns
pontos o seu conteúdo já se encontra comprometido
inviabilizando qualquer tentativa de mudar de forma significativa nossa
realidade.
Nossas fichas sempre estiveram no movimento da sociedade
civil organizada na CUPÚLA DOS POVOS que justamente nasce na perspectiva de ser
o agente capaz de responder os desafios para edificação de uma sociedade
sustentável, propondo uma agenda de mobilização local para transformação global.
Que o final da cúpula dos povos demonstre sua coragem em um
documento ousado, uma agenda unificada internacionalmente para mobilização social
em torno do futuro e da responsabilidade com as futuras gerações e o meio em
que se vive pois a RIO + 20 FRACASSOU.
por. Luiz Rogério da Silva
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