por. Luiz Rogério da Silva
Vivemos uma das piores crises de representação política no Brasil e no Mundo, o afastamento entre políticos versus sociedade, interesses pessoais contra interesses públicos, corrupção sobressaindo como método operante na atividade de governar.
Vivemos uma das piores crises de representação política no Brasil e no Mundo, o afastamento entre políticos versus sociedade, interesses pessoais contra interesses públicos, corrupção sobressaindo como método operante na atividade de governar.
Com avanço do acesso a internet, as informações giram com imensa
velocidade pelo Mundo e proporciona uma nova relação de debate, organização dos
mais diversos agentes sociais.
A Revolução Silenciosa começa a sair do virtual
e tomar o real e, estoura no Mundo uma onda de manifestações tendo como rede
virtual seu principal polo de aglutinação e debates. Exemplos como ocupa wall
street onde jovens em protesto a falência do capital financeiro ocupam por
meses chamada praça da liberdade, movimento que foi exemplo de várias outras
ocupações de símbolos do velho sistema capitalista que se espalho pelo mundo
inclusive no Brasil. A Primavera Árabe, Levante Popular do povo Sírio contra
anos de ditadura em prol da abertura democrática onde as redes sociais foram
ferramenta muito importante no processo revolucionário pelo fim de anos de
opressão. O movimento Zapatista, Chiapas, no sul do México habitado por
camponeses e indígenas que mantém uma organização independente de governo,
fazem suas próprias leis e mantém uma organização democrática.
Todos esses
exemplos são sintomas de um despertar para um novo processo de organização.
Esta em curso no cenário
político Brasileiro o debate da fundação de um novo partido político dentre
muitos outros que estão na fila de espera para obter sua oficialidade. Os
atuais partidos políticos no Brasil estão organizados em um formato de
perpetuação de poder por parte de seus dirigentes, cada vez mais assume uma característica
de algo privado, servindo de cabide de emprego, esquemas de corrupção e
interesses privados. Não se fala mais em projeto ideológico como construção de uma
Nação prospera e soberana.
Em 2010 com saída do PV a ex ministra do meio ambiente Marina
Silva, começa o processo de construção do que veio a ser chamado MOVIMENTO NOVA
POLÍTICA, fundado em meados de 2011, passados cerca de dois anos, parte do movimento
que sempre foi a favor da criação de um instrumento político para atuação na política
institucional volta a se movimentar.
Seria mais um partido como tantos outros?
A proposta é se tornar um marco de inovação de ação e organização,
diferenciando-se de tudo o que já existe.
Evento com mais 300 pessoas entre políticos, empresários e
lideranças de movimentos sociais a Sala Crisantempo, localizada na Vila Madalena, bairro tradicional da Cidade
de São Paulo foi palco de mais um momento histórico.
“Que apareça
aqueles que querem mais do que um partido, que apareça aquele que estão preocupados
com um projeto político que pense o país, que pense a crise que o mundo esta
vivendo e ai sim estaremos maduros para decantar uma parte deste movimento para
fazer um partido, é uma decantação porque o movimento é muito maior que um
partido” Marina Silva.
Baseados sob o principio da
horizontalidade, democracia direta, o novo Partido deve propor acompanhar este
novo modelo de atuação em curso no mundo da descentralização do poder ao entrelaçamento
de ações entre governo, sociedade civil e empresarial. Levando como plataforma política
o desenvolvimento sustentável, projeto que tem como premissas o desenvolvimento
material e estrutural da sociedade causando o mínimo de impacto possível ao
meio ambiente e proporcionando a equidade social e a quebra de paradigmas de
valores sociais e cultural.
Será um projeto ousado em nível de organização institucional, que
levará certo tempo para se consolidar de fato, uma vez que não existe nada
parecido com o formato que este novo partido movimento ou rede se coloca a
construir.
A razão de
ser da organização política Partidária
Adaptação
Luiz Rogério da Silva.
Original.
Socialismo Libertário um projeto político em Construção
Atenção. Algumas
passagens podem parecer estranhas, pois tratamos de outra perspectiva de
atuação e outros atores sociais.
De maneira geral entendemos que a função do Partido Político que
trabalhamos para construir é coordenar os diferentes níveis nos quais atuamos:
propaganda das idéias, construção teórica e programática, organização das lutas,
movimentos sociais (espaços de trabalho, bairros, ocupações, escolas,
universidades, etc.).
Entendemos que deve ser uma discussão e uma decisão coletiva e
horizontal da organização colocar mais energia nesta ou naquela atividade em
determinando momento. Apesar de serem necessárias várias frentes e modalidades
de atuação toda organização tem limites: tem um número restrito de membros, tem
necessidades materiais e financeiras que podem limitá-la, tem dificuldades
internas, etc. Nesta situação torna-se impossível atuar em tudo. Além disso, a
organização deve analisar a realidade, avaliar em que campo é mais interessante
atuar num dado momento. Isso obriga a escolher certas atividades com critério.
E isso não é privilégio de uma organização, qualquer grupo, por menor que seja,
qualquer indivíduo escolhe o que vai fazer, prioriza determinadas atividades em
detrimento de outras que avalia menos importantes.
Muitas vezes estas opções
não são pensadas e se cometem erros, se desperdiçam energias, pessoas se
frustram e se afastam. Uma das tarefas da organização é avaliar onde vamos depositar
nossas energias. Existindo um objetivo, uma estratégia, as táticas são
decorrentes.
Outro ponto fundamental para nós é compreender a distinção que
existe entre organização Partido Político e os movimentos sociais. Tratamos
deste tema quando abordamos os movimentos sociais autônomos e combativos, mas
queremos fazê-lo pela ótica da organização anarquista neste ponto. Nós não
buscamos um movimento de massas, por que não avaliamos que isso seja viável e
interessante politicamente.
Logicamente a organização política Partidária tem uma concepção de
movimento social, procura discutir previamente sua intervenção nos movimentos
nos quais atua, pois está ali com uma intenção política. Entretanto, como
concebemos o movimento social como protagonista, como agente histórico, a
função da organização é de impulsionar e não controlar, aparelhar, esvaziar ou
limitar o movimento social.
É a organização que serve o movimento e não o movimento que serve
à organização. Dizemos isso sem nenhum tipo de purismo em relação aos
movimentos sociais, a organização atua ali, defendendo posições, combatendo
reformistas e procurando o avanço de consciência para além do campo
reivindicativo e ao fazer isso muitas vezes entra em conflito com outras
pessoas do próprio movimento social.
Ou seja, o papel central de um Partido Político não é o de
subordinar o movimento social ao seu projeto. É claro que se o movimento social
autônomo caminhar no mesmo sentido do programa da organização política para o
nível social melhor, mas se não caminhar o que devemos fazer é compreender o
grau de amadurecimento das próprias classes trabalhadoras e não forçar que
estas assumam programas mais radicais do que são capazes de assumir.
O que dizemos aqui é que o movimento social possui limites para
transformar a realidade por sua própria característica mais reivindicativa e
por sua estrutura mais frouxa, que facilita a repressão seletiva dos elementos
mais combativos.
Além disso, as instâncias dos movimentos sociais, por se
preocuparem prioritariamente com problemas mais imediatos, não conseguem ter o
tempo e o preparo suficiente para a construção de uma análise e a elaboração de
um programa para a atuação mais eficaz na realidade onde se trabalha.
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