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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Um novo Partido esta emergindo.

por. Luiz Rogério da Silva

Vivemos uma das piores crises de representação política no Brasil e no Mundo, o afastamento entre políticos versus sociedade, interesses pessoais contra interesses públicos, corrupção sobressaindo como método operante na atividade de governar.


Com avanço do acesso a internet, as informações giram com imensa velocidade pelo Mundo e proporciona uma nova relação de debate, organização dos mais diversos agentes sociais.

A Revolução Silenciosa começa a sair do virtual e tomar o real e, estoura no Mundo uma onda de manifestações tendo como rede virtual seu principal polo de aglutinação e debates. Exemplos como ocupa wall street onde jovens em protesto a falência do capital financeiro ocupam por meses chamada praça da liberdade, movimento que foi exemplo de várias outras ocupações de símbolos do velho sistema capitalista que se espalho pelo mundo inclusive no Brasil. A Primavera Árabe, Levante Popular do povo Sírio contra anos de ditadura em prol da abertura democrática onde as redes sociais foram ferramenta muito importante no processo revolucionário pelo fim de anos de opressão. O movimento Zapatista, Chiapas, no sul do México habitado por camponeses e indígenas que mantém uma organização independente de governo, fazem suas próprias leis e mantém uma organização democrática. 

Todos esses exemplos são sintomas de um despertar para um novo processo de organização.

 Esta em curso no cenário político Brasileiro o debate da fundação de um novo partido político dentre muitos outros que estão na fila de espera para obter sua oficialidade. Os atuais partidos políticos no Brasil estão organizados em um formato de perpetuação de poder por parte de seus dirigentes, cada vez mais assume uma característica de algo privado, servindo de cabide de emprego, esquemas de corrupção e interesses privados. Não se fala mais em projeto ideológico como construção de uma Nação prospera e soberana.

Em 2010 com saída do PV a ex ministra do meio ambiente Marina Silva, começa o processo de construção do que veio a ser chamado MOVIMENTO NOVA POLÍTICA, fundado em meados de 2011, passados cerca de dois anos, parte do movimento que sempre foi a favor da criação de um instrumento político para atuação na política institucional volta a se movimentar.

Seria mais um partido como tantos outros?

A proposta é se tornar um marco de inovação de ação e organização, diferenciando-se de tudo o que já existe.

Evento com mais 300 pessoas entre políticos, empresários e lideranças de movimentos sociais a Sala Crisantempo, localizada na Vila Madalena, bairro tradicional da Cidade de São Paulo foi palco de mais um momento histórico.

“Que apareça aqueles que querem mais do que um partido, que apareça aquele que estão preocupados com um projeto político que pense o país, que pense a crise que o mundo esta vivendo e ai sim estaremos maduros para decantar uma parte deste movimento para fazer um partido, é uma decantação porque o movimento é muito maior que um partido” Marina Silva.  

Baseados sob o principio da horizontalidade, democracia direta, o novo Partido deve propor acompanhar este novo modelo de atuação em curso no mundo da descentralização do poder ao entrelaçamento de ações entre governo, sociedade civil e empresarial. Levando como plataforma política o desenvolvimento sustentável, projeto que tem como premissas o desenvolvimento material e estrutural da sociedade causando o mínimo de impacto possível ao meio ambiente e proporcionando a equidade social e a quebra de paradigmas de valores sociais e cultural.

CLIQUE E VEJA DISCURSO DE MARINA

Será um projeto ousado em nível de organização institucional, que levará certo tempo para se consolidar de fato, uma vez que não existe nada parecido com o formato que este novo partido movimento ou rede se coloca a construir.

A razão de ser da organização política Partidária
Adaptação Luiz Rogério da Silva.

Original. Socialismo Libertário um projeto político em Construção
Atenção. Algumas passagens podem parecer estranhas, pois tratamos de outra perspectiva de atuação e outros atores sociais.


De maneira geral entendemos que a função do Partido Político que trabalhamos para construir é coordenar os diferentes níveis nos quais atuamos: propaganda das idéias, construção teórica e programática, organização das lutas, movimentos sociais (espaços de trabalho, bairros, ocupações, escolas, universidades, etc.).
Entendemos que deve ser uma discussão e uma decisão coletiva e horizontal da organização colocar mais energia nesta ou naquela atividade em determinando momento. Apesar de serem necessárias várias frentes e modalidades de atuação toda organização tem limites: tem um número restrito de membros, tem necessidades materiais e financeiras que podem limitá-la, tem dificuldades internas, etc. Nesta situação torna-se impossível atuar em tudo. Além disso, a organização deve analisar a realidade, avaliar em que campo é mais interessante atuar num dado momento. Isso obriga a escolher certas atividades com critério. E isso não é privilégio de uma organização, qualquer grupo, por menor que seja, qualquer indivíduo escolhe o que vai fazer, prioriza determinadas atividades em detrimento de outras que avalia menos importantes. 

Muitas vezes estas opções não são pensadas e se cometem erros, se desperdiçam energias, pessoas se frustram e se afastam. Uma das tarefas da organização é avaliar onde vamos depositar nossas energias. Existindo um objetivo, uma estratégia, as táticas são decorrentes.

Outro ponto fundamental para nós é compreender a distinção que existe entre organização Partido Político e os movimentos sociais. Tratamos deste tema quando abordamos os movimentos sociais autônomos e combativos, mas queremos fazê-lo pela ótica da organização anarquista neste ponto. Nós não buscamos um movimento de massas, por que não avaliamos que isso seja viável e interessante politicamente.
Logicamente a organização política Partidária tem uma concepção de movimento social, procura discutir previamente sua intervenção nos movimentos nos quais atua, pois está ali com uma intenção política. Entretanto, como concebemos o movimento social como protagonista, como agente histórico, a função da organização é de impulsionar e não controlar, aparelhar, esvaziar ou limitar o movimento social.

É a organização que serve o movimento e não o movimento que serve à organização. Dizemos isso sem nenhum tipo de purismo em relação aos movimentos sociais, a organização atua ali, defendendo posições, combatendo reformistas e procurando o avanço de consciência para além do campo reivindicativo e ao fazer isso muitas vezes entra em conflito com outras pessoas do próprio movimento social.

Ou seja, o papel central de um Partido Político não é o de subordinar o movimento social ao seu projeto. É claro que se o movimento social autônomo caminhar no mesmo sentido do programa da organização política para o nível social melhor, mas se não caminhar o que devemos fazer é compreender o grau de amadurecimento das próprias classes trabalhadoras e não forçar que estas assumam programas mais radicais do que são capazes de assumir.
O que dizemos aqui é que o movimento social possui limites para transformar a realidade por sua própria característica mais reivindicativa e por sua estrutura mais frouxa, que facilita a repressão seletiva dos elementos mais combativos. 

Além disso, as instâncias dos movimentos sociais, por se preocuparem prioritariamente com problemas mais imediatos, não conseguem ter o tempo e o preparo suficiente para a construção de uma análise e a elaboração de um programa para a atuação mais eficaz na realidade onde se trabalha.

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