O mais recente relatório sobre mudanças climáticas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas) divulgou recentemente um alerta mundial sobre a impossibilidade de reverter o aquecimento global, resultado esse que seria uma ameaça a existência da espécie humana sobre o planeta terra.
O estudo aponta que a temperatura
vem se intensificando rapidamente, fazendo com que fenômenos meteorológicos se
intensifiquem e sejam cada vez mais extremos, fato esse que pode ser observado
em todo planeta. 2021 é considerado um ano marcado por eventos extremos do
clima. No Brasil, recordes de temperatura (42°C em Cuiabá e - 5°C na serra catarinense) e a grave seca no
Centro-Oeste e Sudeste que enfrentam uma das mais forte estiagem levando as
regiões ao alerta para crise hídrica. Pelo mundo, relato são vários: Furação em
Nova York, Itália com mais de 48°C e incêndios na Grécia, inundações pela
Europa e china.
Nos próximos dias inicia-se a a
Climate Week NYC, acontece de 20 a 26 de setembro, reunindo empresas, governos
e organizações para apresentar as principais ações climáticas e discutir como
fazer mais, rapidamente. Sua programação abrange eventos organizados em NYC e
ao redor do mundo, tanto presencial como online, organizado pela organização internacional
sem fins lucrativos, Climate Group, em parceira com as Nações Unidas, e a
cidade de Nova York evento que antecede a 26° Conferência das Partes sobre
Mudança Climática da Organização das Nações Unidas (ONU) – ou COP 26.
Pelo mundo diversas organizações
em parceria com sociedade civil organizada promoverão manifestações, ciclos de
debates sobre a emergência climática e suas consequências. O principal evento
fruto desta articulação é a GREVE MUNDIAL DO CLIMA que corresponde a uma
mobilização mundial sincronizada com objetivo de conscientizar e pressionar os
líderes mundiais sobre o cenário devastador que se aproxima, sendo um risco a
existência da espécie humana, assim como gera uma nova classe de refugiados
pelo clima.
Nós do Ecotrabalhismo, compreendemos
que vivemos um momento crucial diante a discussão da necessidade de repensar
nossa relação com o meio em que vivemos, aliando o crescimento econômico, a
preservação do meio ambiente e consequentemente gerando maior grau de equidade
social.
A crise social planetária coloca
á humanidade a urgência de refletir sobre os rumos para o futuro em todas as
suas variantes.
O atual modelo de organização da
sociedade é sustentado sobre á visão de crescimento econômico a qualquer custo,
são anos de exploração dos recursos naturais do planeta de forma predatória, o
incentivo ao consumo da sociedade, impondo padrões de consumo de forma que
sejamos seduzidos a adquirir um determinado produto sem nenhum tipo de reflexão
sobre sua utilidade e origem.
Com o avanço da sociedade
industrial do século XIX e o processo de globalização do velho modelo
desenvolvimentista, propomos uma nova relação entre os seres humanos, e por sua
vez, entre a natureza. O elemento novo consiste justamente em entender uma nova
maneira de se pensar o ordenamento social, bem como a promoção de novos
valores.
Na projeção de um projeto
nacional de desenvolvimento para Brasil e contribuindo para discussão sobre a
necessidade de repensar nossa relação com o todo, o EcoTrabalhismo ultrapassa a
visão simplista, quando o assunto é meio ambiente, muitas vezes compreendido
como simples ato de plantar uma árvore ou quando trata-se sobre o tema
sustentabilidade, conceito esse apropriado por muitos demagogos e diferentes
sujeitos, nos mais diversos contextos sociais, assumindo diversos sentidos, sem
tratar da verdadeira essência da questão
O Ecotrabalhismo é precursor de
um novo projeto de Brasil e de mundo, e compreende que somente é possível
combater atual crise climática que assola a humanidade na preservação e
integração entre homem e meio ambiente.
Reafirmamos nosso compromisso na construção de
um novo modelo de desenvolvimento capaz colocar no centro do debate “Um outro
Mundo é Possível”.
PELO MUNDO
FONTE. BRASIL ATUAL
86 países realizam greve global pelo clima nesta sexta
Movimento de jovens ambientalistas ‘Fridays For Future’ busca chamar atenção para a necessidade de agir quanto às mudanças climáticas. Em São Paulo, manifestação ocorre às 17h, no Vão do Masp
Jovens do mundo todo organizados no movimento Fridays For Future iniciam nesta sexta-feira (24) a segunda greve global pelo clima de 2021. A mobilização destaca a necessidade de agir imediatamente para reduzir o risco de eventos climáticos cada vez mais catastróficos. E alerta que os próximos anos serão cruciais para evitar que o planeta atinja 1,5 grau Celsius de aumento na temperatura média, uma meta estabelecida no Acordo de Paris.
No Brasil, estão previstas ações em 27 cidades de 12 estados e em Brasília. Na capital paulista, uma manifestação está marcada para esta tarde, no vão do Masp, na Avenida Paulista, às 17h. (Confira a lista completa clicando aqui).
Os ativistas também apontam que a pandemia de covid-19 demonstrou que os governantes têm condições de reagir de forma rápida e investir verbas para confrontar graves problemas que ameaçam a população. Porta-voz de Clima e Justiça do Greenpeace, Pamela Gopi, que apoia a mobilização dos jovens, explica que o objetivo da greve é amplificar as vozes que alertam para as mudanças climáticas.
Para mostrar que nós não temos uma planeta ‘b’ e que o momento é agora caso a gente queira reverter e impedir que o aumento da temperatura da terra se eleve já na próxima década, como indicam mais de 185 cientistas no último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). O motivo principal é alertar principalmente as lideranças de nosso país a tomarem decisões efetivas para que não tenhamos um futuro mais catastrófico”, adverte Pamela.
Justiça ambiental e social
Ativista do Fridays For Future Brasil, Daniel Holanda explica que não se pode falar em mudanças climáticas sem falar de justiça social. Ele ressalta que eventos catastróficos como enchentes e secas atingem primeiro as populações mais pobres. Além disso, Daniel também observa que não se trata simplesmente de aquecimento global, como se fosse uma questão de temperaturas mais quentes. Mas sim de eventos climáticos cada vez mais extremos e com consequências cada vez mais graves.
“Acredito que a expressão ‘aquecimento global’ está meio antiga, já não é mais usada atualmente. Porque já existem inúmeras pesquisas, e o relatório do IPCC concluiu isso recentemente, que estamos vivendo uma ‘mudança climática’. Ou seja, as temperaturas se tornaram mais extremas. Então o calor, a chuva, a seca são eventos climáticos que se tornaram mais intensos e frequentes. Nessa nossa greve global pelo clima estamos trazendo com a hashtag #DescolonizeOSistema algo inédito para gente. Estamos tentando trazer um contexto social e ambiental e correlacionar isso. Porque a gente acredita que não há justiça social sem a justiça ambiental, as duas têm que andar em complemento”, garante o ativista.
Papel do Brasil
A Greve Global pelo Clima cobra ainda que os países do Norte reduzam suas emissões de gás carbônico, financiem ações climáticas e de reparação e cancelem dívidas causadas por danos de eventos climáticos extremos. O movimento também reivindica o fim da violência e da criminalização contra os povos indígenas, pequenos agricultores, pescadores e outros defensores do meio ambiente e da terra.
Pamela destaca ainda que o Brasil tem um papel fundamental nesse momento de mudança climática, mas tem caminhado na contramão das ações necessárias.
“O Brasil, por abrigar a maior floresta tropical do mundo e ter uma rica biodiversidade, ser um regulador climático por conta principalmente da Amazônia, tem um papel fundamental no momento de barrar as ações que intensificam o aumento do efeito estufa, que traz consequências graves. E quem paga essa conta primeiro são as comunidades mais vulnerabilizadas pelo Estado. Então, a importância do Brasil traz também uma grande responsabilidade para os governantes do nosso país que infelizmente, hoje, estão negando, têm um olhar negacionista para o que está acontecendo e fazem uma política de destruição. Não vemos uma política voltada a ações concretas para frear o aumento das mudanças climáticas, pelo contrário”, contesta a porta-voz do Greenpeace.