A Personificação do Ser Político
Por: Luiz Rogério da Silva – Dirigente
político, cursou filosofia e ciências sociais na PUC SP.
"A política... há muito tempo deixou de ser
ciência do bom governo e, em vez disso, tornou-se arte da conquista e da
conservação do poder." (Luciano Bianciardi)
Vivemos o auge da democracia no Brasil e no Mundo, e o que caracteriza
se esse sistema político é a possibilidade da abertura a sociedade a
participação do poder, a administração publica.
Na visão do Direito, a participação é um direito reconhecido e
incontestável. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu
país e a vontade do povo será à base da autoridade do governo. Esse direito foi
consagrado pelo artigo 21 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. É assim a tarefa do homem que se propõe a ser político.
A primeira empreitada a que se deve dedicar é a busca sincera e confiante da
Verdade. Essa começa quando ele decide transformar-se e programar revoluções
morais profundas e francas dentro de si, baseadas no autoconhecimento.
O Ser político é o estado em que o homem participa ativamente dos
interesses da sociedade na medição de conflitos, interesses e gestão da coisa
publica. Orientado pelo campo das ideias, ideologias e princípios. Aquele que
se propõe a vida publica tem que possuir as qualidades que vários filósofos tratam
como virtudes (moral, censo de justiça, visão, imparcialidade, ética entre outros
preceitos).
Mas nos tempos atuais tanto os Partidos Políticos como muitos dos que
participam da grande festa da Democracia “o processo eleitoral” não chegam
perto deste Ser político que muitos filósofos descreviam.
Os Partidos que outrora foi precursor de várias mudanças na historia da
humanidade empunhando sua bandeira, pregando seus ideais, formando uma legião
de pessoas com a capacidade de mover-se em torno de outro mundo, a partir do século
XX passa a ser apenas meio do qual os mais diversos indivíduos da sociedade
utilizam para legitimar a burocracia do sistema eleitoral do registro de
candidatura.
A política do século XXI é a da personificação do individuo, a reverencia
a imagem, o quanto você é popular no sentido das massas o reconhecerem não
porque participou de alguma luta importante, se e mártir de alguma causa nobre.
O fator midiático contribui para este novo “Ser Político” sem ideais, sem causas
e norte de atuação apenas tem como critério seus próprios conceitos. Isso demonstra
a tática utilizada por vários partidos de apostar nas imagens para alavancar milhões
de votos da sociedade e chegar ao poder.
Essa personificação explica o fato do fenômeno do culto à imagem no qual
reflete os candidatos aos cargos políticos como artistas, esportistas, vedetes, humoristas, ou qualquer
individua que por meio do efeito midiático se coloca a frente da administração publica,
que tentam convencer-nos de que “não são políticos”, mas que seu compromisso
está “com o povo”. Quando no fundo de seus interesses visam apenas manter
os status quo, ou meio por qual buscam o enriquecimento pessoal.
Mas quem paga no final da conta é sempre a sociedade, aquele que
necessita do sistema público, uma vez que não é emancipada economicamente para
prover de serviços e bens privados.
O voto não é nem perto a única forma de se fazer política, mas quando utilizado
de forma irracional para aqueles que apenas exercem seu direito a “participação”
pode se tornar um grande mal ao conjunto da sociedade.
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