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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Artigo: Ideologia eu quero uma para viver


A Personificação do Ser Político

Por: Luiz Rogério da Silva – Dirigente político, cursou filosofia e ciências sociais na PUC SP.

"A política... há muito tempo deixou de ser ciência do bom governo e, em vez disso, tornou-se arte da conquista e da conservação do poder."   (Luciano Bianciardi)


Vivemos o auge da democracia no Brasil e no Mundo, e o que caracteriza se esse sistema político é a possibilidade da abertura a sociedade a participação do poder, a administração publica.

Na visão do Direito, a participação é um direito reconhecido e incontestável. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país e a vontade do povo será à base da autoridade do governo. Esse direito foi consagrado pelo artigo 21 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. É assim a tarefa do homem que se propõe a ser político. A primeira empreitada a que se deve dedicar é a busca sincera e confiante da Verdade. Essa começa quando ele decide transformar-se e programar revoluções morais profundas e francas dentro de si, baseadas no autoconhecimento. 

O Ser político é o estado em que o homem participa ativamente dos interesses da sociedade na medição de conflitos, interesses e gestão da coisa publica. Orientado pelo campo das ideias, ideologias e princípios. Aquele que se propõe a vida publica tem que possuir as qualidades que vários filósofos tratam como virtudes (moral, censo de justiça, visão, imparcialidade, ética entre outros preceitos).   

Mas nos tempos atuais tanto os Partidos Políticos como muitos dos que participam da grande festa da Democracia “o processo eleitoral” não chegam perto deste Ser político que muitos filósofos descreviam.
Os Partidos que outrora foi precursor de várias mudanças na historia da humanidade empunhando sua bandeira, pregando seus ideais, formando uma legião de pessoas com a capacidade de mover-se em torno de outro mundo, a partir do século XX passa a ser apenas meio do qual os mais diversos indivíduos da sociedade utilizam para legitimar a burocracia do sistema eleitoral do registro de candidatura.

A política do século XXI é a da personificação do individuo, a reverencia a imagem, o quanto você é popular no sentido das massas o reconhecerem não porque participou de alguma luta importante, se e mártir de alguma causa nobre. O fator midiático contribui para este novo “Ser Político” sem ideais, sem causas e norte de atuação apenas tem como critério seus próprios conceitos. Isso demonstra a tática utilizada por vários partidos de apostar nas imagens para alavancar milhões de votos da sociedade e chegar ao poder.

Essa personificação explica o fato do fenômeno do culto à imagem no qual reflete os candidatos aos cargos políticos como artistas, esportistas, vedetes, humoristas, ou qualquer individua que por meio do efeito midiático se coloca a frente da administração publica, que tentam convencer-nos de que “não são políticos”, mas que seu compromisso está “com o povo”. Quando no fundo de seus interesses visam apenas manter os status quo, ou meio por qual buscam o enriquecimento pessoal.

Mas quem paga no final da conta é sempre a sociedade, aquele que necessita do sistema público, uma vez que não é emancipada economicamente para prover de serviços e bens privados.

O voto não é nem perto a única forma de se fazer política, mas quando utilizado de forma irracional para aqueles que apenas exercem seu direito a “participação” pode se tornar um grande mal ao conjunto da sociedade.

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